Monthly Archives: Agosto 2019

O BECO

O BECO

Que importa a paisagem, a glória, a baía, a linha do horizonte? O que eu vejo é o beco.

De nada adianta querermos tocar a sensibilidade dos educandos se nós mesmos não estamos preparados para ver o mundo de outra maneira, se nós mesmos não conseguimos ver “além do beco…”.

A educação não é panaceia dos males sociais, mas é o caminho que nós, educadores podemos percorrer e o espaço em que nos é permitido lutar. Podemos começar a educar, começando por educar o nosso próprio olhar. É processo de transformação que acontece à medida que nos permitimos ser tocados pela emoção, pelo amor, à medida que nos humanizamos.

 

Manuel Bandeira

O CAMELO LIGEIRINHO

O CAMELO LIGEIRINHO

O camelo Ligeirinho trabalhava dia e noite sem parar, porém, nunca terminava seus trabalhos. Um dia, o búfalo decidiu ir tomar banho no rio e, como havia muito barro, ficou encalhado sem poder sair. O camelo correu em seu auxílio, jogou para ele um galho e puxou com força por uma extremidade. Pouco a pouco o enorme corpo do búfalo foi se aproximando da margem. Mas, quando estava na metade do caminho, apareceu um lagarto para comunicar ao camelo que sua amiga zebra havia dado á luz. O camelo, esquecendo-se que estava resgatando o búfalo, largou o galho e correu em socorro da zebra e sua cria. A zebra, então, pediu ao camelo que cuidasse da sua pequena por um momento. Ligeirinho pegou a zebrinha e a levou para um passeio. Durante o trajeto, o camelo ia explicando para a pequena os mistérios que encerram a vida na savana. No entanto, a zebrinha não prestava atenção ao camelo e ele se aborreceu. Ligeirinho notou, então, que um grupo de macacos parecia estar muito agitado e esqueceu-se totalmente da pequena zebra. Um velho chimpanzé havia caído da árvore e estava no chão, desacordado. Era necessária uma planta medicinal para acordá-lo – a flor da árvore tibi-tibi, muito difícil de ser encontrada. O camelo ofereceu-se para procurá-la. No caminho encontrou a hiena, que lhe contou a história do javali que havia sido picado por uma abelha. Esquecendo-se da planta medicinal, Ligeirinho correu para socorrer o javali. Antes de encontrar o javali, deu de cara com o búfalo, ainda coberto de barro, com a zebra aborrecida e com o chimpanzé, que se queixava de uma forte dar de cabeça. Os três deram uma boa surra no camelo por ele não cumprir suas promessas e pela incapacidade de concluir suas tarefas. Surraram tanto o coitado que quase lhe quebraram a coluna vertebral.

Ligeirinho demorou bastante tempo para se recuperar. Quando melhorou, deu-se conta de que havia crescido uma segunda corcunda em seu lombo. Ficou tão envergonhado que decidiu ir viver no deserto. Ali aprendeu a controlar sua sede. Para corrigir seus erros passados, procurou ajudar aqueles que se perdiam no deserto ou tentavam atravessá-lo. Desde então, o camelo assumiu um lema para viver: “Fazer somente uma coisa de cada vez”.

Autor Desconhecido

ONDE DEUS OCULTOU A FELICIDADE

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Power Point Onde Deus Ocultou a Felicidade

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O JOVEM E O REI

O JOVEM E O REI

Era uma vez o jovem que recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a um outro rei de uma terra distante. Recebeu também o melhor cavalo do reino para levá-lo na jornada.

– Cuida do mais importante e cumprirás a missão! – disse o soberano ao se despedir.

Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras numa bolsa de couro amarrada a cintura, sob as vestes. Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte. E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças. Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Assim, exigia o máximo do animal. Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe aliviava da sela e nem da carga, tampouco se preocupava em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração.

– Assim, meu jovem, acabas perdendo o animal – disse alguém.

– Não me importo – respondeu ele – Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta fará!

Com o passar dos dias e sob tamanho esforço, o pobre animal não suportando mais os maus-tratos, caiu morto na estrada. O jovem simplesmente o amaldiçoou e seguiu o caminho a pé. Acontece que nessa parte do país havia poucas fazendas e eram muito distantes umas das outras. Passadas algumas horas, ele se deu conta da falta que lhe fazia o animal. Estava exausto e sedento. Já havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava da recomendação do rei:

“Cuida do mais importante!”

Seu passo se tornou curto e lento. As paradas, frequentes e longas. Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota. Mais tarde, caiu exausto no pó da estrada, onde ficou desacordado. Para sua sorte, uma caravana de mercadores que seguia viagem para o seu reino, o encontrou e cuidou dele. Ao recobrar os sentidos, encontrou-se de volta em sua cidade. Imediatamente foi ter com o rei para contar o que havia acontecido e com a maior desfaçatez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo “fraco e doente” que recebera.

– Porém, majestade, conforme me recomendaste, “cuida do mais importante”, aqui estão as pedras que me confiaste. Devolvo-as a ti. Não perdi uma sequer.

O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante de seus argumentos. Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia:

“Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio e candidato a casar com minha filha. Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns diamantes e um bom cavalo. Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifica o estado do cavalo. Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a fidelidade e força de quem o auxilia na jornada. Se, porém, perder o animal e apenas guardar as pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância à rainha nem àqueles que o servem”.

 

Autor Desconhecido

Coleção de Livros de Bolso Em Busca do Logos

Imaginar que o espírito pereça ao morrer o corpo é como imaginar que o pássaro morra ao quebrar-se a gaiola. Nosso corpo é apenas a gaiola, enquanto o espírito é o pássaro.

dos Escritos da Fé Bahá’í

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MEU PAI

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Power Point Meu Pai

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AO PÉ DO FAROL

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Power Point Ao Pé do Farol

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