Monthly Archives: Junho 2018

PADEREWSKI E HOOVER

Coleção de Livros de Bolso Em Busca do Logos

O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica.

Norman Vincent Peale

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DE JORNALISTA A ATENDENTE: “COMO VENCI A CRISE E ME DESCOBRI PRECONCEITUOSA”

DE JORNALISTA A ATENDENTE: “COMO VENCI A CRISE E ME DESCOBRI PRECONCEITUOSA”

Me descobri preconceituosa. Eu, que defendo tanto a igualdade de gêneros, de cor, de religião, que tenho amigos gays, nordestinos, evangélicos, jovens, velhos, com dinheiro e sem, até coxinhas e petralhas! Vários tipos de rótulos.

Explico: Nos últimos meses, minha área de trabalho – como muitas – está muito ruim. Em quatro meses não consegui quase nada. Então, depois de meses me enterrando num sofá perdendo tempo, vida e dinheiro, surgiu a oportunidade de ajudar uma amiga atendendo clientes em sua loja de doces. Quatro vezes por semana, período da tarde, remunerado. Uma boa forma de ocupar a cabeça, sair de casa e ter algum dinheiro. Foi aí que veio o primeiro julgamento: Eu, balconista? Jornalista, três idiomas, currículo em comunicação, trabalhando de touquinha na cabeça servindo os outros? Foi difícil tomar essa decisão, mas aceitei, estou precisando.

Dias depois, a cena durante a tarde, limpando uma das mesas, ouvi dois clientes conversando: “Coloco acento em ‘tem’? Mudou com a nova ortografia?” “Não sei. Não entendo.” E eu ali me remoendo pra dizer “eu sei, eu sei!!!”. Mas, eu era só uma atendente e eles não iriam acreditar que eu sabia. Depois a barreira seguinte: conhecidos e colegas antigos entrarem na loja e me verem nessa função. “O que eles vão pensar? Eles não sabem como cheguei até aqui, que a dona é minha amiga, vão pensar que não dei certo na vida.”

Dá pra entender como isso é errado??? Era com essa inferioridade que eu via os outros atendentes, balconistas e nunca tinha percebido! Sentia vergonha por estar em um trabalho honesto, justo, que traz alegria para as pessoas, que auxilia os outros? Eu deveria é ter vergonha de mim por pensar assim, por tanta falta de humildade e empatia.

Por um preconceito idiota eu ia perder a chance de conhecer tanta gente nova como nas últimas três semanas, de ouvir tantas histórias de vida como sempre gostei de fazer, de aprender um novo trabalho, de ajudar uma amiga, de ter dinheiro pra comprar uma nova bicicleta, pra ir no casamento de uma amiga em outra cidade, de viver! Em tão pouco tempo, esse trabalho que eu achava tão inferior já me ajudou a estar mais feliz, disposta, a ter novas ideias, entender como uma pequena empresa funciona, a buscar cursos para aprender mais.

Como dizia meu avô: A vida não é como a gente quer, é como ela se apresenta! Então, estou aqui aceitando com muito amor e gratidão o que me foi apresentado. Aceitando novas formas de crescer e evoluir com, por enquanto, um preconceito a menos. Hoje, estou aqui, jornalista, tradutora, professora de idiomas, aprendiz de gestora e sim, atendente de um ateliê de doces. E o que mais precisar, a gente aprende a fazer também! E, modéstia à parte, eu também fico linda de touquinha! :p

Esse textão é pra tirar de uma vez essa vergonha de mim, para agradecer pela confiança e apoio dos queridos amigos Verônica, Bruno e Felipe, pelo empurrão dos meus pais Edna e Orlando e, talvez, se não for me achar muito, ajudar alguém a fazer a mesma reflexão e dar um passo à frente se for o momento.

 

Beatriz Franco

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/salasocial-36485369

40 VERDADES QUE EU LEVEI 40 ANOS PARA DESCOBRIR

40 VERDADES QUE EU LEVEI 40 ANOS PARA DESCOBRIR

Em 2018 completarei 40 anos de vida. Entretanto, para além do acumulo dos aniversários, a vida também proporciona experiências e, com elas, pude rever conceitos e entender expressões com mais profundidade. Afinal, de tanto levar rasteira da vida, criamos algum repertório, né.

Abaixo, menciono 40 verdades deliciosas que acumulei ao longo dessas 4 primeiras décadas de vida. Algumas foram escritas por mim, outras são compilações de listas variadas que definiram o que eu queria dizer.

  1. Não é mais rico quem tem mais, mas quem precisa de menos.
  1. O peixe morre pela boca.
  1. Faça o que fizer o seu dia continuará tendo 24 horas. A sua vida, entretanto, será abreviada se você passar cada minuto desse tempo estressado e trabalhando.
  1. Você pode aprender grandes coisas com seus erros ao invés de gastar seu tempo os negando.
  1. Tudo dentro de você lutará contra a mudança. A zona de conforto é um lugar bonito, mas nada nunca cresce lá.
  1. Há verdades que parecem mentiras, mas também há mentiras que parecem verdade.
  1. Ter razão em um argumento não te autoriza a ser um cretino.
  1. Para bom entendedor meia palavra basta.
  1. Sentir inveja é normal e humano, fazer o mal intencionalmente já é outra coisa.
  1. Você não é o que você tem, mas pode virar escravo disso bem fácil.
  1. Quem não arrisca, não petisca.
  1. O sucesso costuma vir depois de vários fracassos e o fracasso também pode voltar depois do sucesso. Seja humilde!
  1. Toda vez que você diz um sim querendo dizer não, acumula “nãos” para si mesmo.
  1. A inveja é um dos sentimentos mais destrutivos que existe. O invejoso prefere ver um “objeto” destruído do que sabê-lo possuído por outra pessoa.
  1. Nem todo mundo é bom. Você sabe disso. Mas você não é tão bom e nem tão esperto quanto pensa que é. Lide com isso.
  1. Pensar e fazer não são a mesma coisa. Uma pessoa ocupada não é necessariamente uma pessoa é produtiva. A vida precisa de um pouco de organização.
  1. Você não consegue controlar o que acontece com você na maioria do tempo, mas pode se esforçar para administrar melhor como lida com isso. Isso se chama inteligência emocional.
  1. Se você quer os benefícios de alguma coisa na vida, você tem que arcar também com os custos.
  1. Você será inspirado (a) por seus sonhos e também aterrorizado (a) por eles.
  1. Algumas pessoas vão te amar, outras nem sequer gostarão de você.
  1. Você não tem que viver sua vida de acordo com o que outras pessoas esperam.
  1. As pessoas que estão por aí fazendo a diferença no mundo não são como todas as outras.
  1. “Não” é uma frase completa.
  1. É muito mais difícil queimar calorias do que se controlar para não comer alguma coisa.
  1. Sempre que você se preocupa com o que os outros vão pensar de você, na verdade você está se preocupando com o que você irá pensar de você mesmo.
  1. Talvez você tenha se esquecido disso, mas fomos feitos para pisar na grama e celebrar o sol nascendo.
  1. Se você nunca questiona suas crenças, então provavelmente você está errado.
  1. Aqueles que mais reclamam são os que menos realizam.
  1. Às vezes você tem que afastar algumas pessoas da sua vida – mesmo que elas sejam da família.
  1. Culpar os outros é o passatempo favorito dos que não gostam de responsabilidades.
  1. Qualquer pessoa que você conhece é melhor do que você em algo.
  1. Todo mundo acha que é mais inteligente que a maioria das pessoas.
  1. Mesmo se não custar dinheiro, se tomar seu tempo, então não é de graça.
  1. A maioria das coisas que as crianças aprendem dos seus pais não foi ensinada de propósito.
  1. Gritar sempre piora as coisas.
  1. A indireta quase nunca acerta a pessoa certa.
  1. Muito de quem somos é sobre quem amamos.
  1. Nenhuma relação é válida se não for sustentada em valores morais saudáveis.
  1. Ter momentos de solidão é uma dádiva.
  1. O tempo é o seu bem mais preciso!

 

Josie Conti

Fonte: http://www.contioutra.com/em-4-minutos-voce-pode-ler-40-verdades-que-eu-levei-40-anos-para-descobrir

 

CONSELHO DE MÁRIO SÉRGIO CORTELLA

CONSELHO DE MÁRIO SÉRGIO CORTELLA

Cortella, costumava dizer aos filhos quando crianças:

– Quando completarem 12 anos contarei o segredo da vida a vocês.

Quando o mais velho completou 12 anos, acordou o pai todo ansioso para saber o segredo da vida. O pai disse:

– Contarei, mas, você não poderá revelar aos seus irmãos. Eis o segredo: “Vaca não dá leite”.

– Hã?

– “Vaca não dá leite”. Você tem de tirar. Você precisa acordar 4h da manhã, ir ao pasto, entrar no curral cheio de fezes, amarrar rabo e pernas da vaca, sentar no banquinho e fazer o movimento certo!

Esse é o segredo da vida. Vaca, búfala, cabra, não dão leite. Ou você tira ou não tem leite. Existe uma geração que acha que vaca dá leite, ela acha que as coisas são automáticas. Eu quero, eu peço, eu ganho. A felicidade resulta do esforço. A ausência de esforço gera frustração.

 

Mário Sérgio Cortella

UM CAFEZINHO PRA COMEÇAR BEM O DIA

UM CAFEZINHO PRA COMEÇAR BEM O DIA

 

Crédito: Arquivo Pessoal/ Jorge Santos

De segunda a sexta-feira Jorge Santos, mais conhecido como Kadinho, de 42 anos, tem a mesma rotina: acorda, arruma o filho para a escola e tem a ajuda do pai para preparar duas garrafas de café. A bebida, no entanto, não é para acompanhar o café da manhã da família. Os cafezinhos são servidos gratuitamente para os motoristas de ônibus que passam pela Auto Estrada Lagoa-Barra, no ponto da passarela, todos os dias, entre 7h e 7h20 da manhã, no sentido São Conrado.

A ideia de servir café começou a partir de uma dificuldade de Kadinho, mas agora já virou compromisso. “Ano passado meu filho começou a estudar na Escola Mater, em São Conrado, e tinha que pagar passagem de ida e de volta. Ele sempre estudou na Rocinha e eu não precisava pagar passagem. Com a mudança de escola e também com a crise, o dinheiro apertou e eu precisei achar algum dispositivo para que ele não pagasse passagem em algumas viagens. E aí vem aquela coisa: se você quer rir tem que fazer rir. Daí surgiu a ideia de começar a oferecer café para os motoristas em troca de algumas caronas”, disse Kadinho, que é corretor de imóveis.

O filho percorre um caminho de quase 3 km de distância dentro do ônibus. No começo, não foi fácil conquistar a confiança dos rodoviários. “No início tinha alguns motoristas que liberavam a entrada do meu filho, outros que bebiam o café, mas diziam que se dessem carona seriam prejudicados. Foi uma coisa que foi começando de motorista para motorista”, explica ele.

No final do ano passado ele teve uma ideia que ajudou a estreitar a relação dele com os motoristas de ônibus. “Eu pedi pra uma pessoa que foi pra São Paulo que trouxesse 50 pares de meias sociais pra mim. No final do ano, eu fiquei parado durante uma semana esperando todos esses motoristas que deram carona pro meu filho e quando eles passavam eu dava de presente um par de meias. Eles ficaram super alegres. Agora que começou o ano letivo tem motorista que até reclama quando meu filho não vai no ônibus dele”, comenta ele.

A relação entre o corretor de imóveis e os rodoviários já virou amizade. “Já teve situação que eu esqueci o livro em casa do meu filho e subi pra pegar na Rua 2, onde eu moro, e desci. Entreguei para um motorista amigo, que pediu licença para os passageiros e entregou o livro do meu filho na porta da escola dele e depois seguiu a rota normalmente”, relembra Jorge, que faz parte de grupos de WhatsApp com os motoristas.

O segredo do café está na forma do preparo. Para agradar a todos, Kadinho coloca adoçante e açúcar na bebida. Ele explica que, como nem todos bebem café, estuda a possibilidade de começar a distribuir também achocolatado quente. Em breve, também vai aumentar de duas para três garrafas de café por dia.

A reação das pessoas

“Na verdade eu percebo que ninguém está preparado para ser agradado. No meu caso eu chego com café, com alegria. Eu não conto por dia, mas são três engradados de copo por semana. São ônibus que fazem a rota Zona Sul-Barra, ônibus que estão no raio da escola do meu filho. Também entrego para passageiros que pedem. Se a pessoa está sorrindo, eu dou. Se ela está de cara feia, eu ofereço também pra sorrir. Se não gosta de mim, eu dou pra gostar, se gosta de mim eu dou dois cafezinhos”, comenta aos risos. Tem dias que o café vem acompanhado de bolo. Nesse caso, “é um gol”, como diz Kadinho, torcedor do Flamengo.

O dia que a bebida faz mais sucesso é justamente na segunda-feira, conhecida mundialmente como o dia da preguiça. “Se não levar o café na segunda feira não preciso levar a semana toda. A segunda é o mais importante. As pessoas estão mais pra baixo, mais sonolentas”, diz ele.

Alheio ao que as pessoas pensam dele, ele segue levando café e sorrisos todos os dias. “Todo mundo tem direito ao café. Uns pensam que eu quero aparecer, outros que eu quero me promover. Outros acham que eu estou fazendo errado, que pode prejudicar o motorista. Mas eu pego a reta e sigo em frente porque quem vai me defender vai ser justamente esses motoristas que estão sendo agradados”, comenta Kadinho.

Café para além do ponto de ônibus

 

Crédito: Arquivo Pessoal/ Jorge Santos

O cafezinho também é oferecido no caminho de casa até o ponto de ônibus, na academia e até na praia. “Às vezes estou descendo a Rocinha e vejo um pai descendo com o filho no colo, quase dormindo. Eu percebo isso e ofereço o café. Alguns não aceitam porque pensam que tem que pagar, mas quando digo que é de graça eles aceitam. Aí eu já estabeleço aquela amizade. No começo sobrava café alguns dias e eu comecei a levar pra academia. Agora já está ficando sério, porque estou tendo que levar algumas garrafas pra lá também”, diz aos risos.

A rotina de oferecer café, no entanto, só é cumprida com excelência em dias que a Rocinha está calma. “Já teve vários dias que não fui levar o café por conta do clima que estava na Rocinha. É muito bom agradar as pessoas, mas antes de você agradar você também tem que estar bem. Teve dias que eu acordava e estava esse tiroteio todo. O café não ia sair legal. Então o café tem essa energia também, que vai junto. Então quando você não está com a cabeça boa algo dá errado, ou vai muito doce, ou vai com pouco açúcar. Aí nesses dias é melhor nem fazer”, comenta ele.

 

Fonte: Jornal Fala Roçahttp://www.falaroca.com/um-cafezinho-pra-comecar-bem-o-dia/

UM CONTO BUDISTA

UM CONTO BUDISTA

Dizem que uma vez, um homem se aproximou de Buda e, sem dizer uma palavra, cuspiu-lhe em seu rosto. Seus discípulos ficaram super bravos.

Ananda, o discípulo mais próximo, perguntou a Buda:

– Dê-me permissão para dar a este homem o que ele merece!

Buda se enxugou calmamente e respondeu a Ananda:

– Não. Vou falar eu com ele.

E juntando as palmas das mãos em sinal de reverência, Buda disse ao homem:

– Obrigado. Com seu gesto, você permitiu que eu visse que a raiva me abandonou. Estou extremamente agradecido. Seu gesto também mostrou que Ananda e os outros discípulos ainda são assaltados pela raiva. Obrigado! Somos muito gratos!

Obviamente, o homem não acreditou no que ouviu, ele se sentiu comovido e angustiado. Ele não conseguia explicar o que tinha acontecido. Ele foi acometido por um tremor por todo o corpo e seu suor molhou os lençóis onde dormiu. Em sua vida, nunca havia conhecido um homem com um carisma tão forte. O Buda modificou todos os seus pensamentos e todo o seu modo de viver e de agir.

Na manhã seguinte, o homem voltou ao mestre e jogou-se aos seus pés. Então o Buda se voltou para Ananda:

– Você viu? Esse homem voltou para me dizer algo. Esse gesto de tocar meus pés é a maneira dele de me dizer algo que não poderia ser explicado em palavras.

O homem olhou para o Buda e disse:

– Perdoe-me pelo que fiz com você ontem.

O mestre respondeu que não havia nada para perdoá-lo e explicou-lhe:

– Como o fluxo do Ganges faz com que suas águas nunca sejam as mesmas, então nenhum homem é o mesmo de antes. Eu não sou a mesma pessoa com a qual você esteve ontem. E nem mesmo aquele que me cuspiu, está agora aqui. Não vejo ninguém tão bravo quanto a ele. Agora você não é mais o mesmo homem de ontem, você não está fazendo nada comigo, então não há nada de que eu possa te perdoar. As duas pessoas, o homem que cuspiu e o homem que recebeu o cuspe, já não estão mais aqui. Então, agora vamos falar de outra coisa.

 

Autor Deconhecido

ARMANDINHO XXI