Monthly Archives: Janeiro 2014

UM PEQUENO GESTO

UM PEQUENO GESTO

Um senhor já de idade, que se dizia descrente, foi ter com um famoso monge para ver se ele resolvia os seus problemas de fé. O monge conversava com outra pessoa, mas, ao ver o velhinho de pé, correu sorridente a dar-lhe uma cadeira para se sentar. Acabada a conversa, a outra pessoa despediu-se. O monge dirigiu-se ao velhinho e começou uma intensa conversa com ele. O velhinho, de descrente que era, tornou-se crente e confiante nos ensinamentos do Budismo.

Um discípulo do monge que presenciara o episódio perguntou ao velhinho:

– Diga qual foi o argumento que o convenceu.

Ele respondeu:

– Foi o gesto de me trazer a cadeira para me sentar.

Coleção Em Busca do Logos

Os homens não se conhecem e é este o seu maior defeito. O ignorante é ousado, o sábio é tímido. Um para impor-se, faz-se pedante; o outro, para esconder-se, humilha-se e o que geralmente se vê é a mediocridade vencendo, por ser atrevido, e o valor esquecido, por não querer afrontar.

Coelho Neto

VAI DESISTIR?

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Power Point Vai Desistir

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O SOM DE MÃOS BATENDO PALMAS

O SOM DE MÃOS BATENDO PALMAS

Existe uma história maravilhosa a respeito de Jimmy Durant, um dos grandes artistas de teatro de variedades de algumas gerações atrás. Pediram-lhe que fizesse parte de um show para veteranos da Segunda Guerra Mundial. Ele disse que estava com a agenda muito ocupada e que poderia ceder apenas alguns minutos, mas que, se não se importassem de ele fazer um monólogo curto e partir imediatamente para seu próximo compromisso, ele iria. É claro que o diretor do espetáculo concordou alegremente. Mas quando Jimmy subiu no palco algo interessante aconteceu. Ele acabou o pequeno monólogo e ficou. Os aplausos ficaram cada vez mais altos e ele continuou ali – quinze, vinte, então trinta minutos. Finalmente, fez sua última reverência e saiu do palco. Na coxia alguém o deteve e disse:

– Achei que o senhor tinha que partir depois de alguns minutos. O que aconteceu?

Jimmy respondeu:

– Eu realmente tinha que ir, mas posso lhe mostrar o motivo pelo qual fiquei. Você mesmo pode ver se olhar para a primeira fila.

Na primeira fila estavam dois homens, cada um dos quais havia perdido um braço na guerra. Um perdera o braço direito e o outro, o esquerdo. Juntos, eram capazes de aplaudir e era exatamente isso o que estavam fazendo, bem alto e alegremente.

Fonte: Livro “Histórias para Aquecer o Coração”, volume 1. Editora Sextante

Coleção Em Busca do Logos

Os homens são como tapetes: às vezes precisam ser sacudidos.

Provérbio Árabe

A ROUPA NÃO FAZ O HOMEM

A ROUPA NÃO FAZ O HOMEM

Mahatma Gandhi provou que a “roupa não faz o homem”. Ele só usava uma tanga, a fim de se identificar com as massas simples da Índia.

Certa vez ele chegou assim vestido numa festa dada pelo governador inglês. Os criados não o deixaram entrar. Ele voltou para casa e enviou um pacote ao governador por intermédio de um mensageiro. Continha um terno. O governador ligou para casa dele e perguntou-lhe o significado do embrulho. O grande homem respondeu:

– Fui convidado para a sua festa, mas não me permitiram entrar por causa da minha roupa. Se é a roupa que vale, eu lhe enviei o meu terno…

Autor Desconhecido

A ÁRVORE DOS PROBLEMAS

A ÁRVORE DOS PROBLEMAS

Esta é uma história de um homem que contratou um carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda. O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil. O pneu do seu carro furou. A serra elétrica quebrou. Cortou o dedo. E ao final do dia, o seu carro não funcionou. O homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma carona para casa. Durante o caminho, o carpinteiro não falou nada. Quando chegaram a sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar e conhecer a sua família. Quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos. Depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro transformou-se. Os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso, e ele abraçou os seus filhos e beijou a sua esposa. Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua visita até o carro. Assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou:

– Porque você tocou na planta antes de entrar em casa?

– Ah! Esta é a minha Árvore dos Problemas. Eu sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho, mas estes problemas não devem chegar até os meus filhos e minha esposa. Então, toda noite, eu deixo os meus problemas nesta árvore quando chego em casa, e os pego no dia seguinte. E você quer saber de uma coisa? Toda manhã, quando eu volto para buscar os meus problemas, eles não são nem metade do que eu me lembro de ter deixado na noite anterior.

Autor Desconhecido

A Árvore dos Problemas – Versão Power Point

Coleção Em Busca do Logos

Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo.

Dom Hélder Câmara

LUZ NA ESCURIDÃO

LUZ NA ESCURIDÃO

Um dia, um menino de 3 anos estava na oficina do pai, vendo-o fazer arreios e selas. Quando crescesse, queria ser igual ao pai. Tentando imitá-lo, tomou um instrumento pontudo e começou a bater numa tira de couro. O instrumento escapou da pequena mão, atingindo-lhe o olho esquerdo. Logo mais, uma infecção atingiu o olho direito e o menino ficou totalmente cego.

Com o passar do tempo, embora se esforçasse para se lembrar, as imagens foram gradualmente desaparecendo e ele não se lembrava mais das cores. Aprendeu a ajudar o pai na oficina, trazendo ferramentas e peças de couro. Ia para a escola e todos se admiravam da sua memória. De verdade, ele não estava feliz com seus estudos. Queria ler livros. Escrever cartas, como os seus colegas.

Um dia, ouviu falar de uma escola para cegos. Aos dez anos, Louis chegou a Paris, levado pelo pai e se matriculou no instituto nacional para crianças cegas. Ali havia livros com letras grandes em relevo. Os estudantes sentiam, pelo tato, as formas das letras e aprendiam as palavras e frases. Logo o jovem Louis descobriu que era um método limitado. As letras eram muito grandes. Uma história curta enchia muitas páginas. O processo de leitura era muito demorado. A impressão de tais volumes era muito cara. Em pouco tempo o menino tinha lido tudo que havia na biblioteca. Queria mais. Como adorava música, tornou-se estudante de piano e violoncelo. O amor à música aguçou seu desejo pela leitura. Queria ler também notas musicais. Passava noites acordado, pensando em como resolver o problema.

Ouviu falar de um capitão do exército que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no escuro. A escrita noturna consistia em conjuntos de pontos e traços em relevo no papel. Os soldados podiam, correndo os dedos sobre os códigos, ler sem precisar de luz. Ora, se os soldados podiam, os cegos também podiam, pensou o garoto. Procurou o capitão Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos numa folha de papel, com um furador muito semelhante ao que cegara o pequeno. Noite após noite e dia após dia, Louis trabalhou no sistema de Barbier, fazendo adaptações e aperfeiçoando-o. Suportou muita resistência. Os donos do instituto tinham gasto uma fortuna na impressão dos livros com as letras em relevo. Não queriam que tudo fosse por água abaixo.

Com persistência, Louis Braille foi mostrando seu método. Os meninos do instituto se interessavam. À noite, às escondidas, iam ao seu quarto, para aprender. Finalmente, aos 20 anos de idade, Louis chegou a um alfabeto legível com combinações variadas de um a seis pontos. O método Braille estava pronto. O sistema permitia também ler e escrever música.  A idéia acabou por encontrar aceitação. Semanas antes de morrer, no leito do hospital, Louis disse a um amigo:

 “Tenho certeza de que minha missão na Terra terminou.”

Dois dias depois de completar 43 anos, Louis Braille faleceu. Nos anos seguintes à sua morte, o método se espalhou por vários países. Finalmente, foi aceito como o método oficial de leitura e escrita para aqueles que são cegos. Assim, os livros puderam fazer parte da vida dos cegos. Tudo graças a um menino imerso em trevas, que dedicou sua vida a fazer luz para enriquecer a sua e a vida de todos os que se encontram privados da visão física.

Autor Desconhecido

Luz na Escuridão – Versão Power Point

OS RISCOS DA ESCOLHA

OS RISCOS DA ESCOLHA

“Escolher é, sem dúvida, limitar-se, deixar de ter e de poder ser uma infinidade de outras coisas. Mas, não escolher seria diluir-se, desmanchar-se, perder-se na indefinição que desgasta a própria essência que faz do homem um homem. A liberdade significa poder escolher o tipo e a forma de limitação que nos convém e aceitá-la ativamente e criativamente.” (Daniel Lima)

Já se disse que nós somos as nossas escolhas. São elas que moldam nosso existir. A existência não nos tendo sido dada feita, cabe-nos a responsabilidade de construí-la e, para essa tarefa, a capacidade de escolha é fundamental. O que torna trágica a responsabilidade da escolha é porque nada existe que nos dê a garantia de que as escolhas que fizemos, fazemos e faremos, foram, são e serão as mais acertadas. Mesmo quando ponderamos seriamente os motivos que estão na base da escolha, nunca podemos estar certos de que razões inconscientes não estejam influenciando nossa deliberação. Assim sendo, muitas vezes, aquilo que acreditamos ser uma escolha inteiramente nossa, pode estar sendo motivado pelo desejo de um outro, que manipula nosso desejo. Naturalmente, esta influência não é sempre a mesma. É quase impossível imaginar uma pessoa inteiramente imune das influências dos outros. Mas, isto não pode ser comparado às influências patológicas que privam determinadas pessoas da possibilidade de ter seus próprios desejos. Como quer que seja, daí se segue que nem sempre nossas escolhas exprimem verdadeiramente aquilo que desejamos. O resultado é uma certa angústia de desamparo que domina aqueles que só tardiamente descobrem que escolheram a estrada errada e que, pelo caminho que percorrem, não vão chegar ao lugar que queriam. Nessa altura da caminhada, nem todos têm coragem de repensar suas escolhas e refazer seus caminhos! Além do mais, mesmo quando acertadas, nossas escolhas nos limitam. Nossa capacidade de escolha é tão limitada como ilimitadas são as possibilidades existenciais que dormem dentro de nós. Essas possibilidades ilimitadas, no entanto, esbarram no limitado da escolha. E isto faz a grandeza e a miséria de nossa liberdade. Grandeza, porque ela nos torna capazes de escolher nossos caminhos; miséria, porque a liberdade no momento em que torna possível esse ato de escolha, ao mesmo tempo obriga-nos à renúncia de infindas outras possibilidades, que deixamos de lado ao fazermos nossas escolhas. Mas, esta limitação só nos empobrece de fato, quando não a assumimos de um modo criativo. Por mais limitado que seja o pedacinho de terra que nos é dado cultivar, ele poderá transformar nossa vida, se nele plantarmos um grande sonho, ou se nele cultivarmos uma linda rosa. Tem razão o poeta quando diz: não escolher seria diluir-se, desmanchar-se e perder-se na indefinição. Não é o limite que nos empobrece e esvazia, mas a indefinição. Com definição, podemos refazer escolhas erradas, recolher passos perdidos e recomeçar novas estradas. Na indefinição, só resta a dolorosa decepção dos sonhos abortados!

Zeferino Rocha